26 de julho de 2012

O anoitecer das suas opções

Respiro fundo e admito: não acertei em todas as minhas escolhas. A questão é que este fato, o não acertar, foi também uma escolha. Com ela convivo. É a partir dela que farei novas escolhas. Acho que o nome disso é "aprender com os erros". Nada como frases feitas, jargões e expressões para simplificar e sintetizar uma gama enormemente variada de ações e sentimentos.
No sonho, mergulho no escuro. Um túnel feito apenas da sensação de ir para frente e para o fundo, sem nenhuma possibilidade de retorno. No sonho não sou humano, sou  como um golfinho, não tenho braços, não tenho nada que me freie, somente a oscilação do corpo que termina com uma chicotada da cauda e me impulsiona. Nada vejo, mas paro a milímetros de uma borda de pedra, a parede que simboliza um limite, um fim. Sem cor, sem cheiro, sem pensamento.
Ontem nasceram-me mãos. Para comemorar, de um peixe que por mim passava extirpei suas entranhas. Minhas novas mãos sangraram. Não senti dor. Não senti calma. Não senti pena. Não senti.

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