18 de junho de 2009

Plenitude amiúde

Uma vontade de desistir é a coisa mais perseverante que tenho em mim. Retumbante. Sempre esperando um sinal dos céus mostrando o caminho, por mais que o sinal já esteja explícito. O Atalho não existe, conforme-se porra! Uma corrida agora cairia bem, traria realização, euforia, mexeria com a estagnação. A lama parada e fétida, grossa e suja, impregna. Eu morro de vez em quando, me entrego sem motivo aparente. Sempre imagino o dia em que a luta deixe de existir, e restem os momentos plenos. Plenitude amiúde.

8 de junho de 2009

Cerebrando

Além de "celebrar", faríamos muito bem em Cerebrar algumas coisas. Nem todas, mas algumas. Cerebrar significa fazer entrar no cérebro, fazer sua mente compreender. Eu por exemplo estou tentando cerebrar meus 39 anos de idade, porque por mais chavão que seja, eu não me sinto com mais do que 16... 16 e umas pauladas da vida, 16 e várias cicatrizes, 16 e talvez umas varizes... meu corpo tem 39, mas eu tenho 16, porque tenho mais e tenho menos. Com 16 anos, eu tinha menos experiência do que hoje, mas também tinha menos medos, mais confiança. E com 16 anos, eu já tinha um código de valor bastante apurado, já sabia quando estava cometendo uma grande cagada, ou apenas uma pequena besteira. Ou ao menos sabia quase sempre... Cerebrar deveria ser o poder de informar à sua mente que você tem a idade que tem, mas nem por isso vai deixar de sonhar o que sonhava com 16, ou 12, ou 18. Cerebrar seria atingir um valor "real" da idade, e não se deixar levar por convenções e convicções que te castram e bloqueiam. Eu quero cerebrar sempre, mas com a alma leve, livre do pessimismo que infecta, mas também livre do otimismo de corporação que subjuga as mentes àquilo que sempre foi, com um formato novo e radiante.

6 de junho de 2009

As Batatas

Recentemente um amigo me disse que este meu blog era muito melancólico. Que os textos até eram bons, mas eram melancólicos. É. É mesmo. Vou deixar para outros blogs, meus ou dos outros, a tarefa de entreter com humor, fofocas, ciência, grandes sacadas e "expertezas" de negócios, etc. Neste aqui, eu me reservo o direito de ser reflexivo, introspectivo, melancólico, dolorido. Porque é muito pragmático olhar o mundo com um sorriso, ir à luta todos os dias, ser derrotado e ter um monte de propaganda mostrando que o caminho do vencedor é o único caminho E não necessariamente é o seu, mas que você deve se esforçar, pois ao vencedor, as batatas... mas aqui eu quero dizer "para com isso"! Ao vencedor os louros e a serotonina fátua, que se esvai logo após a vitória, e ao perdedor, a depressão, os couros, e as baratas - e a esperança, que é a última.