A Frase valeria o filme se o resto da história não fosse bom, mas é. No primeiro filme o casal protagonista, quase adolescentes, se conhecem e vivem uma estória de amor em um trem pela Europa. Na sequência de 2004, o casal se reencontra em Paris 9 anos depois. No reencontro ela diz que trabalha com causas sociais, ongs, etc. E menciona um episódio onde ela e seus pares estavam atrás de doações para levar lápis a estudantes no México. Dai ela se dá conta do paradoxo do título deste post, com minhas palavras: quem tem a sensibilidade, conhecimento e desejo de mudar o mundo, de levar o conhecimento das coisas certas aos lugares certos, de tal forma a provocarem uma mudança real nas coisas erradas do mundo, simplesmente não têm a ambição necessária para se tornar um líder, a vontade de poder que o leva a fazer o esforço necessário para alçá-lo à posição em questão.
Evoluindo esse raciocínio: É possível talvez que quem tenha desenvolvido a sensibilidade de mudar o mundo, simplesmente rejeite o poder, talvez justamente por identificá-lo com tudo aquilo contra o que luta, ou talvez por medo de sujar as mãos com uma realidade difícil de aceitar, a impotência. Enquanto isso, o obstinado futuro líder se convence que só poderá fazer a diferença quando chegar na posição futura almejada, e que para tanto os fins justificam os meios. Compulsivos. Viciados nos próprios erros. Humanos.