15 de abril de 2010

Somos de verdade?

Quanto mais perto da verdade, menos certezas. Entrego minha vida a um remédio que foi aprovado por todos os FDAs, Anvisas e afins dos 5 continentes, e após 10 ou mais anos de uso indiscriminado, ele é proibido. Troco de adoçante por que o anterior dá cancer, mas agora o atual dá esquizofrenia e o próximo é inóquo, tanto quanto a última droga da moda. Presenteio meus neurônios com mais remédios de potência controlada, que prometem realidade, foco, visão e adequação a um mundo nada confiável. Um remédio que me traz para mais perto de uma linha de comportamento médio, dentro de uma satisfação média. Uma dieta, um exercício, um show imperdível, um game revolucionário, um video necessário, uma informação vital, que perderá a vida no próximo segundo, suplantada por seu substituto mais apto. Dessa forma, somos todos iguais, e todos, igualmente, daremos nosso lugar, nossas coisas, tudo o que um dia achamos de fato possuir, aos que nascem, hoje, amanhã e depois. Que dirá esse post, impresso em luzes e cores, tão fugaz que não alimentará nem a uma traça.

Nenhum comentário: