8 de maio de 2011

Ficamos Seletivos

Na vida metropolita, urbana, selecionamos pessoas. Essa seleção vem com a idade, com a falta de tempo, com a distância geográfica, com a divergência/convergência de interesses. Não somos mais puros, não amamos as diferenças, só estimulamos a semelhança. A metrópole estimula infinitas possibilidades, diferentemente da vida rural, agrária, onde o filho herda a terra do pai, podendo mudar detalhes pequenos, mas ainda viviendo em uma comunidade menor, fazendo as coisas como sempre foram feitas.
A urbe mais afasta que aproxima. Em um primeiro momento, compramos imagens e ideias de urbanos se encontrando, se amando, se curtindo, imagens que estimulam a diferença como princípio, mas a cidade afasta, isola, cria ilhas de solidão, exagera na diferença,passa um pouco da conta. Os interesses pessoais são a primeira triagem: "é do meu meio? Vou ver sempre? Vai me ajudar? Então mantenho proximidade". Ainda nos interesses pessoais, correm na frente os afetivos, as relações amorosa e/ou sexuais, os sonhos de se encontrar alguém que nos veja da forma como queremos ser vistos. Os demais interesses vão entrando na fila, conforme sua prioridade.
Há tempos atrás, eu culparia o racionalismo exacerbado. Hoje vejo que a falta de razão, a falta de sermos "razoáveis", em um mundo injusto, onde o mérito que mais conta é o de ser esperto, são os reais motivos. Os grandes princípios humanos vão ficando para as novas como ideais inatingíveis, enquanto a corrupção e o "cuidar de si" são os regimes. E olhamos as fotos de dez anos atrás como lembranças de outra vida.

Nenhum comentário: