13 de fevereiro de 2011

O Idólatra


Ele era idólatra. Sempre tinha alguém em quem se espelhar, sempre alguém a quem usar de exemplo de felicidade e sucesso. O ìdolo em questão já fora seu irmão mais velho, um colega fora dos padrões, um amigo "Don Juan" pegador, um rebelde que explodia vasos sanitários na escola, um tio irmão do pai que se rebelou contra o avô e virou artista plástico. Todos eram ótimos, eram rebeldes, eram revolucionários. Porém, serviam apenas de referência. O Idólatra só queria ídolos para que estes concretizassem seu mundo, realizassem o que ele sabia que nunca iria realizar. O idólatra coloca no ídolo a tarefa de ser feliz por ele. Aqui, na terra, ele afunda os pés e finca raízes, se cerca de certezas, envelhece e é esquecido, enquanto seus ídolos viram pedra e caem sobre sua cabeça.

Um comentário:

Durval disse...

Conheço um cara assim.