16 de dezembro de 2010

Visceral


E quando tudo era felicidade falsa, alguém sacou, de dentro de suas próprias vísceras, uma tristeza verdadeira. Amarga e quente como só as tristezas verdadeiras devem ser. Possivelmente pela dor que aquele movimento proporcionou, uma lágrima sentida escorreu pelas sua face, rolou pelos braços e, da ponta do dedo, saltou para uma morte única, achatando-se contra o chão. As unhas compridas começaram a coçar as veias saltadas, até que uma delas foi aberta, desperdiçando o doce sangue para fora de sua trilha quase inexorável.

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