9 de dezembro de 2009

A Despersonalização

Clubes. Grupos. Panelas. ou se está dentro, ou não. Então, uma mudança ocorre. Seus pensamentos não são mais os seus, seus originais viram cópias, tudo para ser aceito. Estilo, corpo, trejeito, cigarro, olhares estudados no espelho. A personalidade se encolhe em sua consciência, mas ainda existe. Então, as exigências de sucesso aumentam. Manter Status, fazer mais que o amigo, mais que o vizinho, mais que tudo, mais que pode, mais merda. Mais medo. Teorias, é autodestruição, é conjuntural, é fase. E a personalidade míngua, então só sobra uma sombra. Prazeres morrem, diminuem, encolhem, brocham. Vontade deixa de ser prioridade, subexistir é premissa. Então, a condição de escravo se impõe: não sou dono de meus dias e noites, não sou dono de nada que pensei possuir. Nem mesmo meus pensamentos, que julgava em uma esfera completamente inatingível, agora nem os reconheço. Não sinto nem deixo sentir, nada além de vazio, nada a existir.

Um comentário:

Her Filho disse...

Está cada vez mais difícil sermos nós mesmos. Saudades dos anos 80, quando toda a aceleração podia ser reduzida a qqr momento. Hoje em dia nem a minha cabeça eu consigo controlar direito... e a aceleração do meu cérebro me domina... e meu corpo cansa mais facilmente. Juro que em breve eu acharei uma solução para escapar dessa "devoração de desejos e passos". Nem que eu vá vender queijo coalho na praia... mas ao menos, serei feliz e com saúde.