17 de abril de 2009

É feito de que?

A solidez dos construtos lógicos e varonis é feita de sangue. A solidez atravessa o que é mole e o que está pela frente, triturando, tratoreando, com a cabeça, com os chifres, abrindo caminho. Como um chiclete, sou mascado, como um cigarro, sou fumado, viro cinza e fumaça, odiosa fumaça cinza saindo das ventas do mascate. Mascate digital, representação quase vazia de um mascate de carne e osso que de fato viveu, falou e de fato trabalhou, e de fato voltou pra sua casa de direito, de fato. Um pequeno corte, e o tendâo se solta, um pequeno corte, e o sangue jorra para o lado de fora do construto divino que é o humano. E ai, não há mais solidez, um passo errado, uma gota de ácido úrico no lugar errado, um grama de gordura ruim no lugar errado, uma célula crescendo forte e sadia no lugar errado, e somos um erro, o erro da natureza que nos culpa, os únicos culpados por nosso erro somos nós, os erros da natureza, as Jacas podres que caem de seis metros de altura, as mangas com caroços inuteis e enormes, os tsunamis, terremotos e erupões, as provas vivas da ira de Deus, da morte do deus Bom e da prevalência do lado obscuro, obsceno, obtuso do homem digital, com a marca da besta em suas contas a pagar e seu passado a apagar, a marca da besta e a prova da besta quadrada que é o homenzinho, mico-palhaço em um planeta feito de louça e de boas coisas, onde o dente do leão só corta carne por que precisa, e o do homem porque é besta fera, feita de ódio, feita de feiura... feita de que?

Um comentário:

M disse...

Acho que vc deveria começar a publicar aqueles seus pensamentos non-sense tipo:

"Corumbá, taí?"
"Bezerol cura até terçol."

Abreices,

M