10 de fevereiro de 2008
Sonho
No início do sonho ela flutuou por entre flores, pássaros e nuvens feitas de algodão. Depois começou a cair e a escurecer e sentir a lama viscosa e a solidão ao seu redor. Ela nadou e deslizou sentido-se observada e assustada, e vislumbrou uma saída, que seria acordar, na forma de uma claridade adiante. Mais um pequeno esforço e chegaria... mãos começaram a segurá-la, vozes disseram que não, que ela não sairia, que ela pertencia àquele lugar, e ela chutou e bateu e gritou e se arrastou, suja, imunda com a lama impregnada em seu corpo nú e machucado, seu cabelo puxado, seus seios feridos, sua boca amortecida e a garganta apertada de tentar gritar sem encontrar a voz, e enfim ela encontrou a clareira, uma gruta com uma lagoa, onde se banhou e não mais ouviu as vozes nem sentiu as mãos, limpou suas feridas e nadou em direção à claridade. Acordou suada e nua, olhou para o lado e fez sexo com seu parceiro, sexo, e não amor; algo quase terapêutico, sexo apenas para sentir-se viva, apenas para sentir.
Eu sou muitas coisas, incluindo alguém que não curte minicvs. Comunicador social, com pesquisa de mestrado sobre como a mídia mostrou a guerra na Síria, com ênfase no Oriente Médio... mas não sei se isto explica os textos (ao menos até Agosto/2012). Desde 2016 vivo em Helsinki, Finlândia, e venho postando timidamente histórias e observações sobre o mundo sob esta nova perspectiva imigratória.
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