10 de fevereiro de 2008

Sonho

No início do sonho ela flutuou por entre flores, pássaros e nuvens feitas de algodão. Depois começou a cair e a escurecer e sentir a lama viscosa e a solidão ao seu redor. Ela nadou e deslizou sentido-se observada e assustada, e vislumbrou uma saída, que seria acordar, na forma de uma claridade adiante. Mais um pequeno esforço e chegaria... mãos começaram a segurá-la, vozes disseram que não, que ela não sairia, que ela pertencia àquele lugar, e ela chutou e bateu e gritou e se arrastou, suja, imunda com a lama impregnada em seu corpo nú e machucado, seu cabelo puxado, seus seios feridos, sua boca amortecida e a garganta apertada de tentar gritar sem encontrar a voz, e enfim ela encontrou a clareira, uma gruta com uma lagoa, onde se banhou e não mais ouviu as vozes nem sentiu as mãos, limpou suas feridas e nadou em direção à claridade. Acordou suada e nua, olhou para o lado e fez sexo com seu parceiro, sexo, e não amor; algo quase terapêutico, sexo apenas para sentir-se viva, apenas para sentir.

Nenhum comentário: