16 de fevereiro de 2008

Institucionalizados

Eles estavam feios. Seus olhos eram quase opacos, quase vazios. Nada naquele lugar combinava com eles. Embora não existissem divisórias, quase ninguém se olhava. Quase ninguém percebia o outro. Me senti um intruso, alguém vindo de outra dimensão. Por um lado eu era alguém mais livre por não estar sempre lá; Um antigo escritório que eu costumava chamar de "meu trabalho", e que hoje representa muito pouco para mim. Mas ainda mexe ser de fora, como sempre fui, querendo ou não.
O que é a vida em uma jaula, esperando a comida chegar, completamente fora do habitat natural E completamente domesticados.
Asas cortadas e vidas limitadas.
Vidas artificiais, mantidas por aparelhos sociais.

Um comentário:

Maurício disse...

Escolhas, escolhas.
A gente fazemos ou alguém as faz por nós.
Abs