11 de novembro de 2010
Quando" nós" se torna "eu"
A voz era comunitária e falava por muitas pessoas. A voz eram vozes, eram gritos pedindo atenção, na verdade exigindo. Uma voz refletia a vontade de muitos. Uma voz era a força da união de todas as vozes.
Um dia, a voz perdeu o brilho, e então, aos poucos, foi se calando, fechou-se em si, deixou de ser um pranto unificado, passou a ser um grito calado e triste. Aos poucos, as vozes abandonaram a voz, pois ela já não as representava mais, não contribuía em nada ao brilho das outras vozes. A voz não colaborava mais. A voz enfraqueceu, tornou-se quase inaudível. As vozes foram ser vozes sozinhas, pois a cada uma delas fora prometido "um lugar ao sol". As vozes queriam ser a sua própria voz, mas não entendiam que nunca seriam tão fortes separadas. Enquanto isso, a voz buscava também seu lugar ao sol. E o sol cresceu, ficou grande demais, e engoliu a Terra e todas as vozes, grandes e pequenas, e o dia seguinte nunca aconteceu.
Eu sou muitas coisas, incluindo alguém que não curte minicvs. Comunicador social, com pesquisa de mestrado sobre como a mídia mostrou a guerra na Síria, com ênfase no Oriente Médio... mas não sei se isto explica os textos (ao menos até Agosto/2012). Desde 2016 vivo em Helsinki, Finlândia, e venho postando timidamente histórias e observações sobre o mundo sob esta nova perspectiva imigratória.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário