6 de março de 2010

Paralelepípedos


Ao que parece, ser alguém é um organismo de coisas que, no conjunto, faz de você alguém. Não adianta ser bom amante se o coração não aguenta. Não adiante ser conhecedor de vinhos e apreciador de alta gastronomia se seu bolso não comporta. Não adianta ter boas idéias, se você não as executa ou não arranja quem as execute. Não adianta ter certos pontos positivos acessórios, auxiliares, e não ter os pontos positivos principais, que darão sentido aos demais... Isso pode soar meio Darwiniano, quem tem come, quem não tem espera, e de certa maneira é mesmo. E é o que é. Mas é impossível deixar de reparar que tantas coisas boas em tantas pessoas são desperdiçadas todos os dias. Ocorre que o poder construtivo pouco ou nada tem a ver com essas conjecturas chamadas coisas boas, do reino do "e se"...  uma mente construtora galga recusos, consegue o necessário para colocar a coisa em pé, quer seja uma pirâmide ou um arsenal atômico. E a galera do "what if" fica juntando paralelepípedos para construir palanques para suas excelentes ideias, enquanto morrem devagar.

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